nov 09

No 1º dia útil do mês de Novembro, o Centro de Estudos de Geografia –CEGET – e o Centro de Estudos de Geografia do Trabalho da FCT/UNESP promoveram importante encontro através de um Seminário Regional realizado no Auditório V para apreciar e debater os mais importantes assuntos que envolvem o trabalhador. Tema: Contaminação no Trabalho, Doenças e Agravos: Negação da vida e afirmação do destrutivismo?

A abertura verificou-se às 08hs da manhã e o encerramento às 18h30 pelo Coordenador, Prof. Dr. Antonio Thomaz Junior, do Deptº de Geografia, autor de vários Livros. Dentre eles: “Por traz dos canaviais os nós da cana” e Coordenador da Coleção “Geografia e Trabalho no Século XXI”. Presentes ao encontro, os Representantes do Ministério Púbico Federal e Sociedade de Medicina de Presidente Prudente, Dr. Cristiano Lourenço Rodrigues e Dr.Paulo Roberto Mázzaro, respectivamente; diretores e representantes do CEREST/PP e dos principais Sindicatos de Classes da região de Presidente Prudente.

O primeiro assunto enfocado durante a realização do painel esteve voltado às condições de risco relacionadas ao trabalho e suas implicações jurídicas, das 09hs até às 12h30, com testemunhos e depoimentos sobre saúde do trabalhador e saúde pública , insalubridade, contaminações por doenças, aspectos jurídicos, considerações gerais e atuação do MPT. Seguiu-se ampla exposição com envolvimento do Movimento Social e Sindical dos Trabalhadores, especialmente dos Sindicatos dos Coureiros, da Saúde, Sucroalcooleiro (Etanol), dos Assentamentos, dos empregados e trabalhadores rurais.

No Momento 2, Profissionais da área Jurídica, Trabalhista e do Ministério Público do Trabalho da 15ª.Região de Presidente Prudente, seguindo-se o debate com a Mediação da socióloga Maria Aparecida Rodrigues, Coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Regional- CEREST/PP. No Painel da Tarde, reiniciado às 14hs – Contaminação e (In)salubridade no Trabalho, Negação da vida/Afirmação do Destrutivismo e Alternativas.

Exposição e debate com a Profª.Raquel

Durante toda a tarde do dia 03 de Novembro, os participantes do evento tiveram a oportunidade de acompanhar a palestra e exposição da Profª.Drª. Raquel Maria Rigotto, Professora Adjunta do Deptº. de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, pesquisadora do CNPq – linhas e grupos de Pesquisa Estudo epidemiológico da população da região de Baixo Jaguaribe e do Projeto Jaiba, exposta à contaminação ambiental em área de uso do agrotóxico : Núcleo Tramas – Trabalho, Meio ambiente e Saúde. Conflitos sócio-ambientais no campo do agronegócio, agrotóxicos, trabalho, saúde e ambiente.. .

Atuação simultânea do Biomédico Rubens José Mário Junior, da Universidade Federal de Lavras/MG, especialista em Gestão e Manejo Ambiental na Agroindústria; Mestrando em Saúde Ambiental e Núcleo de Pesquisa em Avaliações de riscos de exposições crônicas aos agentes ambientais(físicos, químicos, microbiológicos) e Diretor Técnico do Serviço de Saúde/SES-SP. .

Em nome da casa, além do Coordenador Prof. Dr. Antonio Thomaz Junior anfitriões, como o Prof.Dr. Raul Borges Guimarães, Geógrafo, Mestre e Doutor em Geografia Humana pela USP, com pós-doutorado no Laboratório de Planejamento Urbano e Cidades Saudáveis da Universidade do Oeste da Inglaterra (UWE), Reino Unido. Bolsista Produtividade do CNPq, Nível 2, com atuação principalmente nos seguintes temas de Geografia da Saúde e Geografia Urbana: exclusão social, política pública e Cartografia Temática.

Denúncias

Pela manhã e no período da tarde, foram inúmeras as denúncias formuladas pelos palestrantes, tanto na área de saúde pública, como no atendimento ambulatorial e hospitalar. Funcionários da Sucen e do Adolfo Lutz – segundo o representante sindical Agenor Carvalho do Nascimento, do SINDSAÚDE – são vítimas de contaminação através de lâminas ou aplicação residual de inseticidas por agentes químicos, que acabam por afetá-los direta ou indiretamente. Nos Hospitais, há funcionários mobilizados para a remoção de doentes, que nem sempre têm a proteção devida, além de salários defasados. O atendimento a presidiários que aumenta cada vez mais, também os preocupa. Especialmente nas questões de segurança.

Em nosso meio rural – segundo denúncia da Sindicalista Miriam Farias Rodrigues – o Agrotóxico lançado no espaço durante a pulverização dos canaviais por aviões agrícolas, constituem séria ameaça. Não só às plantações, aves e animais, mas principalmente aos moradores de áreas vizinhas, nos Assentamentos e outras áreas. O mau-cheiro é tão forte durante essas aplicações que ninguém consegue sair de casa nos dias seguintes. “A natureza está pedindo socorro. As águas que consumimos ou utilizamos para produzir alimentos em nossa área de ocupação estão sob efeito do veneno lançado pela aviação agrícola” – diz Miriam.

Maria Aparecida Rodrigues, socióloga – especialista em Gerência Urbana, Planejamento, Gestão Pública (FCT-UNESP), Saúde Pública e Saúde do Trabalhador (FSP-USP/SP), Violência Doméstica contra a criança e Adolescente (USP-SP), Coordenadora do CEREST-PP também se manifestou, tecendo amplas considerações sobre os temas discutidos durante esse encontro. A presença da Profª.Drª. Raquel Maria Rigotto valorizou o evento, com importantes subsídios por ela coletados em sua destacada atuação nos mais categorizados projetos de pesquisas, desenvolvidos no Nordeste brasileiro.

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O tema:Contaminação no trabalho,doenças e agravos chamou a atenção de todos e foi prestigiado pela comunidade acadêmica e o Procurador do MPF, Dr.Cristiano Lourenço Rodrigues.

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As lideranças do Sindicalismo Rural se fizeram presentes ao encontro, apresentando sérias e graves denúncias sobre a contaminação provocada por Agrotóxico lançado sobre os canaviais da região.

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Os trabalhos apresentados durante o evento, foram da mais alta expressão, recebendo subsídios importantes para uma nova tomada de posição. Dra. Raquel representou o Nordeste brasileiro.

Escrito por Assessoria de Comunicação e Imprensa - FCT UNESP

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