nov 04

Numa cerimônia realizada no Auditório V da FCT/UNESP na manhã de 26/Outº, presidida pelo Vice-Diretor e prestigiada por toda a Congregação, professores, alunos, ex-alunos, funcionários da Instituição e convidados especiais, foi homenageada a Profª.Drª.Ruth Künzli. Ela recebeu publicamente da Faculdade de Ciências e Tecnologia, o titulo de “Professor Emérito”, que lhe foi outorgado como forma de reconhecimento pela sua destacada e brilhante atuação no decorrer dos anos, desde que ingressou na carreira universitária

O cerimonial conduzido por Walmir César Lanza Caldeira – Supervisor da SAEPE – convidou o Prof.Dr. Marcelo Messias para assumir a Presidência da mesa, seguindo-se a designação de uma Comissão de Honra para conduzir a homenageada, que foi aplaudida por todos. Seguiu-se a execução do Hino Nacional Brasileiro e logo após a chamada nominal dos oradores para os pronunciamentos; três no total, começando pelo Vice-Diretor da FCT/UNESP. De conformidade com o Programa Oficial, após os pronunciamentos verificou-se a entrega do “capelo” que representou o símbolo mais importante da solenidade.

FCT: Uma das maiores e mais importantes Unidades

Na sessão solene da Congregação para Outorga do título de Professor Emérito à Profª.Drª.Ruth Künzli, o Vice-Diretor, Prof. Dr. Marcelo Messias abriu seu discurso lembrando que: “Desde a sua criação, em 1959, até os dias de hoje, a nossa Faculdade de Ciências e Tecnologia passou por várias fases, teve vários nomes, criou, extinguiu e criou novamente diferentes cursos. Passou por momentos difíceis e por momentos de intenso progresso. E a Professora Ruth, mais do que qualquer um de nós neste Auditório, vivenciou cada um desses momentos.

Hoje somos uma das maiores e mais importantes Unidades da UNESP, com 12 cursos de graduação (alguns funcionando em dois períodos), 6 programas de pós-graduação, cerca de 220 professores, 215 servidores técnico-administrativos, e mais de 3.600 alunos. Uma unidade dinâmica e ativa da UNESP, com muitos projetos em desenvolvimento, relacionados ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão Universitária, pilares da Universidade Pública, e com uma importante e inegável inserção regional, nacional e também internacional.

A trajetória percorrida para chegarmos a este patamar se fez com o trabalho de muitos: docentes, servidores, alunos, e o reconhecimento da comunidade local e regional. Costumo dizer que, mais importante que o crescimento físico que tivemos, é o nosso patrimônio pessoal, são as pessoas (docentes altamente qualificados, servidores técnicos e administrativos empenhados no seu trabalho, alunos dedicados) que fazem a UNESP no seu dia a dia.

Na sua essência, uma Instituição é representada, reconhecida e identificada com as pessoas que a constituem. O que é a Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP, Campus de Presidente Prudente, se não as pessoas que a constituem, que aqui trabalham, que aqui dedicam seu tempo precioso de vida? Docentes, servidores e alunos. Isto é a nossa FCT – UNESP.

Nada mais justo então, do que homenagearmos aqueles que, com seu trabalho e dedicação, deram uma significativa contribuição para que a FCT se desenvolvesse, progredisse em todas as suas dimensões e chegasse onde hoje se encontra, como é o caso da PROFA. RUTH KÜNZLI, homenageada neste dia.

Desse modo, este é um momento de muita alegria e carregado de significado, no qual a Douta Congregação da FCT/UNESP concede o título de Professor Emérito à PROFA. RUTH KÜNZLI, em reconhecimento aos valiosos serviços por ela prestados à Universidade, nos campos do ensino, da pesquisa e da extensão universitária, trabalhando sempre incansavelmente e não medindo esforços para contribuir com o progresso de nossa Unidade.

E por isso mesmo eu digo neste momento, em nome de todos os diretores e vice-diretores que tiverem o privilégio de trabalhar aqui, tendo a senhora como Professora de nossa Instituição: MUITO OBRIGADO PROFA. RUTH ! O seu esforço, a sua dedicação, a sua trajetória nesta Universidade, nos enchem de orgulho e admiração.

Prof. Dr. Everaldo dos Santos Melazzo:

Em nome da Congregação e de toda a unidade representativa da FCT/UNESP falou o Prof.Dr.Everaldo dos Santos Melazzo, que inicialmente saudou os integrantes da mesa, os colegas, amigos, professores, estudantes, ex- estudantes e funcionários com estas palavras: “Séria, competente, aplicada, minuciosa, rigorosa, presente, persistente, rígida, até mesmo durona e briguenta são alguns adjetivos que caracterizam minha colega de Departamento, que hoje recebe a mais alta distinção que uma Universidade reserva a seus pares. Porém, em síntese, a emérita é menos definida por adjetivos e mais por substantivos. Ou seja, aqueles traços que lhe marcam a substância e a essência.

Os verbos, então, lhe caem melhor ainda: estudar, lecionar, investigar, coordenar são alguns deles. A Profª Ruth ingressou nesta Faculdade em sua primeira turma de alunos, no ano de 1959, concluindo seu curso de geografia no ano de 1962. Viveu no sentido mais amplo, portanto, a criação do ensino superior nesta cidade e nesta região. Os apenas 55 anos que separam estes tempos confundem-se, pois nos lembram as desiguais distribuições de oportunidades que ainda grassam neste país, que mesmo após o esforço recente, ainda há de fundar mais e mais Universidades por este Brasil afora para que outras Ruths possam nos aparecer.

Marca a arqueologia brasileira com a mesma intensidade com que aqueles homens e mulheres marcaram o basalto desgastado, quente e ermo com suas figuras geométricas enigmáticas. Seus ex-alunos, da década de 1980; entre eles a Profª. Neide aqui presente, lembram-se de um dia de prova que chegando do campo foi direto para a sala de aula, às 19:10h, para aplicar uma prova de Antropologia cultural, ainda empoeirada do árduo trabalho de mais de 10hs ao Sol.

De Sol a Sol, palmilhando esta região e recuperando seus tesouros, segundo suas próprias palavras. São mais de 98.000 peças entre Líticos lascados, Líticos polidos e cerâmicas, que constituem patrimônio arqueológico nacional; 120 Sítios arqueológicos prospectados; 5 Sítios escavados; 01 Sítio de Arte Rupestre ainda em trabalho. No Centro guarda também, um acervo paleontológico composto por peças fósseis de sáurios, quelônios e crocodilianos. Obrigado por ter se imposto mais esta tarefa.

Os projetos Museu escola, Ciência na UNESP e o Circuito científico cultural produzem uma inserção comunitária rara de se ver na Universidade de hoje, com a recepção de cerca de 15 mil alunos por ano na FCT. Mas vai além, em Projetos que realizam a intersecção com Prefeituras e outras entidades, tal como sua participação pessoal em diferentes dimensões da vida de Presidente Prudente, como na Hípica, na organização das Soroptimistas, nos Conselhos Municipais, o convívio cotidiano me fez e nos faz conhecer-lhe e reconhecer-lhe melhor. Nada mudou. E queremos contigo aprender”.

Ruth, a homenageada

Ao se pronunciar como homenageada, a Profª.Drª. Ruth Künzli falou de sua profunda emoção, qualificando aquele momento como um dos mais importantes de sua vida. Nem sei por onde começar – disse. Lamentou a ausência de sua querida mãezinha, a centenária e pioneira Dona Margarida, e dedicou a ela a cerimônia de outorga do título de Professor Emérito, atribuído inicialmente ao Prof. da 1ª.turma de 1959, Dr. Fernando Carlos Fonseca Salgado e posteriormente, aos Professores Doutores Marcos Alegre e Helena Faria de Barros, respectivamente. E agora, Eu! E aí a pergunta: Por que Eu?
Volta a perguntar: Por que Eu ?, seguida de uma resposta e outra pergunta: “Por que vivi 50 dos meus 72 anos direta e indiretamente ligada à Faculdade? E explica: “Aliás minha vida na FAFI e na FCT acaba sendo um agregado de atividades que, aparentemente pouco têm de grandioso, mas talvez cuja soma seja representativa. E vou permear a narração dessas atividades com agradecimentos, que são muitos. Prosaicamente, o agradecimento a meus pais, que me puseram no mundo e me deram todo o seu apoio”.
Recordando seus antepassados, a Profª. Ruth cita sua infância e externa agradecimentos aos seus avós, afirmando: “Desde que eu era menina, enviavam livros da Suíça sobre temas os mais variados, sobretudo de aventura e povos diferentes dos vários continentes, numa época em que era muito difícil encontrar livros infanto-juvenís no Brasil. Além de manter meus conhecimentos de alemão, foi por aí que se iniciou meu interesse pela antropologia”.

Um agradecimento especial: A meu tio que, durante muitos anos, me proporcionou a Revista “Le Vie Del Mondo”, do Touring Clube Italiano, precursora da National Geographic, que também contribuiu muito para o meu interesse por outras culturas. “Como se vê, minha relação com o tema que permeou minha vida começou a delinear-se bastante cedo, apesar de que minha intenção inicial era fazer o curso de Veterinária!”.

A Professora Emérita, ressalta que entrou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na primeira turma, depois de ter lutado enquanto aluna do científico pela implantação da Faculdade. “Cursei Geografia e tive uma vida acadêmica bastante ativa, participando do Centro Acadêmico e co-fundadora e ativa no Centro de Estudos Geográficos “Pierre Deffontaines”.

Já na Faculdade – diz ela – meu professor de Antropologia, Padre Guilherme Saake, ampliou meu grande interesse pela Antropologia, corroborado pela presença do Professor Doutor Max Henri Boudin, especialista em sociedades indígenas, mas com um conhecimento muito amplo, seja da antropologia como de um vastíssimo cabedal geral. Dizia ele que não há nenhum conhecimento relativo ao ser humano que não contenha um componente antropológico. A partir daí, meu destino acadêmico estava praticamente traçado, através de leituras e trabalhos.

A partir do terceiro ano começou o estágio em antropologia com o Professor Doutor João Baptista Borges Pereira, o qual, ao término do curso a aceitou por um ano como Estagiária Voluntária (começou e terminou como Voluntária), tendo conseguido uma bolsa da CAPES para um estágio de Antropologia Física no Museu Nacional do Rio de Janeiro, complementado por um ano na Universidade de Genebra. Lá cursei Etnologia, Antropologia Física, Anatomia Comparada e Psicologia da Adolescência, com “um tal de Piaget”, que só após vim a saber de sua importância!

Retornando ao Brasil, durante 1966 deu aulas nas Faculdades de Filosofia de Santo André e de Sorocaba, na qual lecionou por 5 anos; e a partir de 1967, aqui na Faculdade, iniciando com aulas de Antropologia Física e Etnografia Geral e do Brasil, nos cursos de Geografia e Ciências Sociais. Ao mesmo tempo iniciou a Pós-Graduação na USP com o Prof. Borges, com o tema “Colégio Agrícola como fator de mudança cultural na área rural”.

Em 1969 fez um curso de Psicossociologia na Sorbonne, onde teve aulas com o grande antropólogo Claude Lévi-Strauss e com Celso Furtado. Aproveitou para conhecer o Museu do Homem e teve uma entrevista com seu diretor, Professor André Leroi-Gourhan, que, anos depois veio a saber: era o Papa da Arqueologia brasileira!

A Profª Ruth disse mais: O Diretor da época, Doutor José Ferrari Leite cedeu-nos a sala onde até há alguns dias ficava a telefonia, mandou confeccionar 3 vitrines e conseguiu um aluno estagiário bolsista para ajudar na sistematização do material e começar a atender visitas. No ano seguinte fizemos uma exposição de Semana do Índio, na Prefeitura Municipal e mobilizamos a comunidade para o empréstimo de peças. Literalmente “choveu” material e muita coisa foi doada para o nosso Museu.

Em 1993 os acervos etnográfico e arqueológico foram unificados sob a Caixa d’Água, já então com a colaboração fundamental da Senhora Leonice Bigoni, a Nice, com a qual passamos a elaborar inúmeros projetos como 5 Infra da FAPESP, 2 de Políticas Públicas também da FAPESP, dois contratos com a CESP, CNPq, 4 de Extensão, dentre outros, com os quais fomos aparelhando o Museu e os Laboratórios de Estudos Antropológicos e de Estudos Arqueológicos, de forma que hoje é possível atender a aproximadamente 14.000 visitantes ano, procedentes de regiões como a nossa, Araçatuba, Assis e Marília.

E prossegue a oradora homenageada: “Terminado meu mestrado em Antropologia Social, iniciei o doutorado sobre a imigração alemã através da Colônia Riograndense, próxima a Maracaí. Só que, em 1983, abriu-se uma nova perspectiva: a Arqueologia. Nova guinada na minha carreira, com o início de uma época frutuosa, enriquecedora e fascinante”.

Ela revelou que foi por mero acaso que um fazendeiro trouxe material cerâmico que aparecera em sua Fazenda, o qual, avaliado pelo Professor Doutor José Luiz de Morais, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo foi considerado de alto valor científico, iniciando-se assim uma série de pesquisas. E, quase que por acaso, pela insistência do Prof. José Martin Suarez, o Pepe, colega sempre pronto a nos acompanhar em nossas démarches arqueológicas, encontramos um sítio arqueológico único no Estado de São Paulo, de gravuras sobre basalto, o Sítio Narandiba.

Esse trabalho – acrescenta a Profª.Ruth Künzli – também me envolveu sobremaneira, de forma que eu passei a me interessar tanto com esse conhecimento que fiz um estágio de duas semanas na Itália em 1993. Foi fascinante, tanto pela paisagem do norte da Itália quanto pela arte rupestre e o conhecimento da tecnologia utilizada para seu registro.

Outras revelações

A Professora Emérita Ruth Künzli cita outros detalhes importantes de sua carreira universitária: “Uma questão que acho que merece menção é que, no decorrer de todo esse tempo tive apenas dois alunos que fecharam com média 10, sendo uma a Maria Encarnação Beltrão Spósito, a Carminha, da qual me orgulho de ser colega e acompanho o brilhantismo de sua carreira. Outro foi o João Afonso Zavatini, hoje no Campus de Rio Claro. Aliás, posso contar hoje com 13 ex-alunos docentes no Campus e outros tantos em outros Campi e Universidades.

Também fico muito feliz quando encontro ex-alunos que admitem jamais ter esquecido minhas aulas e que puderam aproveitar o que aprenderam. Massageia o ego do professor! Aliás durante vários anos a Professora Nina e eu organizamos a Semana de Integração do Calouro, com o objetivo de facilitar a entrada dos novos alunos na vida universitária. Foi trabalhoso mas os resultados foram gratificantes.

Creio que todos esses relatos têm como objetivo a questão inicial: por que eu? Estou tentando convencer-me e, depois do que já foi dito pelo Professor Doutor Marcelo Messias, Vice-Diretor em exercício e pelo Professor Doutor Everaldo Santos Melazzo, estou chegando à conclusão de que algo há no que fiz que merece ser homenageado. Confio nos meus colegas para me convencerem de que sou merecedora de tamanha honraria.
Assim, gostaria de agradecer muito, muito mesmo, aos membros do Departamento de Planejamento, Urbanismo e Ambiente, que me indicaram para esta homenagem. Aos membros da Egrégia Congregação, que ratificaram o meu nome, meu muito obrigado. Nas pessoas do Diretor e do Vice, respectivamente Professores Doutores Antonio Nivaldo Hespanhol (por sinal meu ex-aluno) e Marcelo Messias, aos quais agradeço a colaboração que sempre tive, faço-o também a todos os Diretores que por aqui passaram, quatro dos quais aqui presentes: Professores Doutores Alvanir de Figueiredo, Marcos Alegre, Messias Meneguette Jr. e Neri Alves.

Um agradecimento muito especial cabe a todos os funcionários desta Unidade, que sempre colaboraram com as atividades propostas. Claro que sempre houve aqueles que, quando me viam, “punham a cara do lá vem trabalho”, mas nem por isso deixavam de colaborar. Seja na área administrativa, na SAEPE, na Biblioteca, no Pólo Computacional, passando pelos serviços gerais, pelos motoristas e a vigilância.

Quantas vezes braçais nos acompanhavam no campo de sol a sol, tornando-se até experts no achado de vestígios arqueológicos, transformando-se em ajudas inestimáveis. Quantos participaram dos nossos eventos, quantos motoristas acabavam com a mão na enxada! A todos agradeço de forma carinhosa, individualmente sintam-se cumprimentados, mas, para simbolizar esse agradecimento gostaria de citar a Leonice, que representa bem o espírito cooperativo e participante de nossa Escola.

Porém, outro agradecimento muito especial cabe aos meus amigos: quantos vejo na platéia, como me comovo ao vê-los prestigiando esse dia tão importante para mim. São amigos que partilharam tristezas e alegrias e que constituem minha família no Brasil! Digo isto porque “toda minha família, com exceção de minha mãe, vivem na Suíça! Menciono três, pois são amigas desde 1959, portanto amizades de 52 anos: Thereza e Antonia Marini e Wilma Fontes Borghi, as quais conheci no primeiro ano da Faculdade. Sinto-me honrada também com a presença da Senhora Charlotte Lupoli, amiga de 72 anos! Sim, porque ela me carregou no colo quando bebê e meus pais saiam a cavalgar”.

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A outorga do título de “Professor Emérito” à Profª.Drª. Ruth Künzli representou o reconhecimento de um trabalho desenvolvido no decorrer de todos os anos junto à Unesp.

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Amigos, admiradores e colegas de atividades acadêmicas comparecem ao ato oficial, onde a douta Congregação da FCT/UNESP concedeu a honraria de Professor Emérito

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Este foi um momento de muita emoção para a arqueóloga, antropóloga e socióloga como reconhecimento da comunidade pela atividade científica e relevância de seu trabalho.

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Esta foi a maior honraria concedida neste final de ano a uma professora dedicada e competente, que conquistou a simpatia e admiração de todos que com ela conviveram.

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Todos os colegas da Profª.Drª.Ruth Künzli vieram pessoalmente ao Auditório V da FCT/UNESP para trazer seu abraço amigo e afetuoso à querida e dedicada Mestre.

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Os amigos que ela conquistou desde longa data, também vieram trazer seu abraço, unindo-se aos demais professores, alunos, ex-alunos, funcionários e dirigentes da Faculdade de Ciências e Tecnologia.

escrito por Assessoria de Comunicação e Imprensa - FCT UNESP

nov 01

A semana do Livro e da Biblioteca realizada este ano entre os dias 24 e 27/Outubro foi marcante sob todos os aspectos e pontos de vista. Na abertura (com o ambiente totalmente decorado) a presença dos Diretores da Faculdade de Ciências e Tecnologia – Profs.Drs. Antonio Nivaldo Hespanhol e Marcelo Messias, juntamente com outros Diretores setoriais, professores, alunos, ex-alunos e convidados.
O destaque inicial – após os pronunciamentos – foi a inauguração das Exposições, seguidas pela apresentação de uma peça teatral “Brincantes do Pisa chão” e no final, um coquetel de confraternização. Nos dias seguintes, foram mostrados outros atrativos com Oficina de Origami, c/Danielle Castaldelli; Bate papo c/a poetisa Larissa Minghin; Hora do Conto CELLIJ para infantes de 6 a 8 anos; sessões cinematográficas com o Cine Retrô.

No último dia destinado ao evento, o convidado especial foi o poeta e escritor (UBE), Raymundo Farias de Oliveira que conta atualmente 14 livros editados. Entre eles, o mais recente lançamento: Valsa do Adeus. São obras do autor: O comício (1979); Poemas da madrugada (1983); Prece ao vento (1984); Parlamentarismo (1986); Horário Nobre (1988); Companheiros de viagem (1990); Sob o céu de Jerusalém (1997); O espelho do tempo (1997); Poemas da tarde (1999); O voo das borboletas (2000); A República do Frei Caneca (2006); Voo noturno (2008); Sob a garoa de São Paulo (2010) e por fim, Valsa do Adeus (2011).
Raymundo Farias de Oliveira nasceu há 85 anos. Mais precisamente: em 23 de Agosto de 1926, em Missão Velha/Cariri, interior do Ceará. O povoado nasceu à sombra da Igreja católica sob o signo da Cruz dos colonizadores que chegavam à localidade, pregando o catolicismo – diz a história publicada no Google. Lá havia grande concentração de fósseis, mas a área escolhida por seus pais para sua moradia, foi a região de
Presidente Prudente, interior de São Paulo.

Ele conta que começou seus estudos no Grupo Escolar de Caiuá; depois se transferiu para Prudente onde fez o Tiro de Guerra (TG-121), freqüentou o Ginásio do Estado (IE Fernando Costa); e por fim, o Ginásio São Paulo (transformado posteriormente em Colégio São Paulo). Formou-se em Contabilidade e no dia 06/Agosto de 1963, concluiu o Curso de Direito pela Faculdade Toledo de Bauru. Em Presidente Prudente, na fase da ditadura de Vargas – entre os anos de 1944/1945 – ouviu os mais inflamados pronunciamentos diante da antiga PRI-5, com Mário Morais e outros grandes oradores.

No decorrer dos anos, trabalhava de dia e estudava à noite, dividindo sua atenção para a família, em Caiuá, Areia Dourada (Marabá Paulista), Presidente Venceslau, Presidente Prudente e definitivamente São Paulo, onde prestou concurso e assumiu durante 16 anos o cargo de Procurador do Estado.
Em sua palestra na Biblioteca da Unesp, Raymundo Farias de Oliveira relembrou diversas personalidades do seu tempo de escola, como: Dona Neusa Macuco, Dona Silvia Concato Cerávolo, e por acréscimo: suas dificuldades para cumprir as exigências escolares. Lembrou um episódio em que a professora recomendou a leitura de um livro para comentar numa lição posterior. E ele, na sua simplicidade alegou que sua leitura habitual estava entre o Almanaque Capivarol e o “Estadão”, que chegava embalando os pacotes de sabão, pois livro ele não tinha. Para cumprir a promessa no mês seguinte, precisou tomar de um colega, um dos livros por empréstimo.

O palestrante relembrou velhos amigos e companheiros que já partiram para outra dimensão. Dentre eles, Hélio Serejo com dezenas de livros editados e que dizia sempre: “Os livros são amigos generosos que nos acompanham; devem estar sempre abertos. Fechados, ficam no esquecimento”. Citou ainda outro provérbio: Quando se promove um churrasco, você convida 100 e aparecem 1.000; mas quando se convida 1.000 para o lançamento de um livro, aparecem no máximo 100.
Raymundo Farias de Oliveira fez referências a alguns títulos de suas obras dizendo: “Os livros são amigos generosos que acodem nos momentos da precisão saciando nossa fome espiritual. São discretos, humildes, sempre na penumbra das estantes aguardando nossa visita. Só então se abrem na sua sabedoria quieta, sem arrogância ou pedantismo. E nos ensinam com doce ternura e sagrado silêncio”.

Para o encerramento definitivo da Semana do Livro e da Biblioteca, o escritor Raymundo Farias de Oliveira foi convidado a demonstrar suas habilidades artísticas como músico. E o fez, com um violão que lhe foi cedido gentilmente para acompanhar outra revelação musical: a Bibliotecária Teresa Raquel Vanalli, como cantora de MPB. A apresentação embora improvisada, agradou a todos, recebendo calorosos aplausos da platéia presente. A concessão de autógrafos e um coquetel em homenagem aos visitantes marcaram o encerramento do evento cultural e artístico de 2011.

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Abertura e encerramento da Semana do Livro e da Biblioteca, com a mesa formada por Diretores da FCT/UNESP e da AVL, juntamente com o escritor convidado para a palestra.

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O poeta e escritor (ex-Procurador do Estado),Raymundo Farias de Oliveira veio de São Paulo especialmente para falar sobre seus livros.

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O palestrante que nasceu há 85 anos no Cariri (Missão Velha), relatou detalhes de sua vida desde que chegou à região de Presidente Prudente, onde estudou e fez brilhante carreira.

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Terminada a palestra, ele foi solicitado a demonstrar suas habilidades musicais. E o fez com um violão, acompanhando outra revelação: Teresa Raquel Vanalli. Também concedeu autógrafos ao seu último lançamento: o livro “Valsa do Adeus”!

escrito por Assessoria de Comunicação e Imprensa - FCT UNESP