jun 22

O lançamento do livro “A construção da climatologia geográfica no Brasil”, de autoria do Prof.Dr.Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, na noite de 18 de Junho foi marcante sob todos os aspectos. Promovido pelo Grupo de Pesquisa, Interações na Superfície Terrestre, Água e Atmosfera (GAIA), realizou-se no Auditório do Discente V com a presença de numeroso público representado em sua maioria por docentes e alunos de graduação e pós-graduação em Geografia, da FCT/Unesp.

A Abertura ocorreu às 19h15 pela Profª.Drª. Margarete Cristiane de Costa Trindade Amorim e apresentação pelo Prof.Dr.João Lima Sant’anna Neto, ambos integrantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp – Câmpus de Presidente Prudente – SP. Em sua breve exposição, a Professora Margarete destacou a biografia do ilustre visitante, que nasceu em Teresina/Piauí em 23 de Março de 1927; portanto, com 88 anos de vida, dos quais 70 dedicados à Geografia. Ele é considerado um dos principais Geógrafos e Climatólogos do Brasil.

Sua tese de livre-docência “Teoria e Clima Urbano” (1976), é um marco nos estudos da climatologia geográfica. Doutor e Livre Docente pela USP criou a análise rítmica, método amplamente utilizado nos estudos de climatologia geográfica. Formou-se em Geografia e História em 1950 pela Faculdade Nacional de Filosofia da antiga Universidade do Brasil – atual UFRJ. Desde então, tem sido incansável educador e pesquisador, autor de numerosas obras que lhe consagraram personalidade de renome na Geografia brasileira e internacional. De 1951 a 1953, na França, foi estagiário do Laboratório de Geomorfologia da Escola de Altos Estudos e do LABORATÓRIO DE Sedimentologia da Escola Nacional de Agronomia.

De volta ao Brasil, foi professor de Geografia Física de 1955 a 1959 na Faculdade Catarinense de Filosofia que hoje integra a UFSC, em Florianópolis. De 1960 a 1964 lecionou a mesma disciplina na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro/SP. De 1966 a 1967 foi professor de Geomorfologia do Instituto de Ciências da UnB (Universidade de Brasília). Em 1968 transferiu-se para o Departamento de Geografia da USP, onde lecionou diversas disciplinas de Geografia Física até sua aposentadoria em 1987.

De 1982 e 1983, Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro foi visitante do Japão, na Universidade de Tsukuba. Entre 1987 a 1990, depois de aposentado pela USP foi professor dos cursos de Pós-Graduação em Geografia das Universidade Federais de Santa Catariana/UFSC e de Minas Geais/UFMG. Em 2000, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Estado do Rio de janeiro/UERJ. Também recebeu o título de Professor Emérito da Universidade de São Paulo/USP, em 2003. Atualmente vive na cidade de Campinas/SP.

Homenagem Especial

Coube ao Prof.Dr.João Lima Sant’anna Neto, a missão de prestar homenagem ao ilustre Prof.Dr.Carlos Augusto, na solenidade de lançamento editorial de sua mais recente obra, partindo de um campo de estudo da climatologia no Brasil. Sua contribuição ao estudo das cidades em “teoria e clima urbano” – disse o Professor João Lima – nos trouxe uma nova abordagem para o entendimento das cidades como um sistema complexo, dinâmico e, também mediado pelas relações entre a sociedade e a natureza.

Seu “testamento” como pesquisador brilhante no campo da climatologia, foi a obra Clima e Excepcionalismo” em que além de realizar uma notável avaliação dos problemas e perspectivas da análise geográfica do clima, antecipou em mais de uma década, a discussão sobre risco, hazards e eventos extremos, que está no cerne do pensamento contemporâneo. Sua obra ultrapassou os limites do campo da climatologia. Ao tratar dos geossistemas como categoria de análise e perspectiva teórica para os estudos integrados em geografia, como em ”Geossistema: a história de uma procura.

Intelectual inquieto, inconformado com os limites do pensamento de sua época, nos deixou pérolas de reflexão crítica sobre a ciência geográfica, tanto em “A travessia da crise”, quanto em “Geografia… sempre”. Transcendeu o campo da própria Geografia para ousar novos formulações filosóficas e culturais, ao alargar as possibilidades de interrelação entre o conhecimento científico e as expressões artísticas e literárias, como em “O mapa e a trama”, O Cristal e a chama” e, o ainda inédito “Rua da Glória”.

Tudo isso, já seria uma contribuição absolutamente genial para a Geografia, em particular, e a ciências em geral. Mas isto ainda é pouco para entendê-lo. Professor por opção, Carlos Augusto marcou profundamente todos os que puderam ter o privilégio de frequentar as suas aulas, tanto pelas ousadias metodológica e inovações nas formas de ensinar, quanto pela seriedade, com que exercia esta tarefa.

‘’Elegância impecável’’

Na continuidade de seu pronunciamento em homenagem ao Prof.Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, acentuou o Prof.João Lima: “Sempre de terno impecável, gravatas extravagantes e um transgressor e enigmático anel de serpente em seu dedo mindinho da mão esquerda… Para que não houvesse possibilidade de que nenhum aluno usasse da desculpa de não ter o material necessário para realizar as tarefas da aula, Carlos Augusto levava, arcando com as despesas de seu próprio salário, tudo o que se deveria ter para o sucesso da atividade. Papel milimetrado, lápis, régua, caixas de lápis de cor (ainda era essa época…no pré-cambriano da informática), etc. Ele adjetivava de forma incontornável, o significado do que é ser um Professor (com P maiúsculo).

De generosidade comovente, estava sempre por perto e disposto a ajudar, fosse com um gesto, um conselho ou, até mesmo, com o vil metal. Prova disso é o carinho e a amizade que desfruta de gente de todos os tipos nos quatro cantos deste país. 88 anos de vida e 70 anos de Geografia não é pouco! Finalizando, disse o Prof.João Lima: “Sei que para ele, muitas vezes é pesado e demasiado. Mas, para nós da academia que precisamos de referências de intelectuais, de professores e de seres humanos tão especiais como ele, é pouco… muito pouco. Carlos Augusto é um precioso patrimônio da Geografia brasileira; e a sua presença entre nós será sempre um ato de respeito e admiração”.

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Em nome do GAIA, a Profª.Drª. Margarete Cristiane de Costa Trindade Amorim promoveu a abertura do evento no Auditório-Discente V, com a honrosa presença e participação do Prof.Dr.Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro.

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Coube ao Prof.Dr.João Lima Sant’anna Neto, a missão de conduzir a solenidade homenageando o Prof.Carlos Augusto, personalidade cuja trajetória acadêmica tem sido marcada por uma atitude de reflexão intelectual, criativa e refinada.

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O Auditório esteve superlotado, com a presença de grande número de docentes e estudantes de graduação e pós-graduação (especialmente de Geografia) que tem o Prof.Carlos Augusto como precioso patrimônio da Geografia brasileira.

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Enquanto se realizava a palestra com o pronunciamento do ilustre visitante, a platéia ouviu com a maior atenção o relato de sua carreira de 70 anos de atividades de um Mestre e Doutor em Geografia, tido como o “pai da análise rítmica”.

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E aqui começa o momento esperado por todos: o lançamento editorial do Livro: “A construção da climatologia geográfica no Brasil”, com autógrafos do autor, Prof.Dr.Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro nos seus 88 anos de vida.

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Os autógrafos no lançamento deste novo livro foram concedidos no próprio local pelos autores da obra, incluindo – além do Prof.Carlos Augusto – os Profs.Drs.: João Lima Sant’anna Neto, Francisco Mendonça e João Afonso Zavattini.

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A participação neste ato, do Prof.Dr.João Lima – ao lado do Prof.Carlos Augusto – demonstra que a FCT/Unesp se incluiu no êxito de mais este lançamento, pois se trata de uma das principais referências da Climatologia no Brasil.

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Aqui, um autógrafo especial do Prof.Dr.Carlos Augusto para a colega que representou o GAIA nesta solenidade em Pres.Prudente: a Profª.Drª. Margarete Cristiane de Costa Trindade Amorim, do Deptº de Geografia da FCT/Unesp.

Escrito por Assessoria de Comunicação e Imprensa - FCT UNESP

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