jul 08

Sob orientação da Prof. Drª Arilda Inês Miranda Ribeiro, do Deptº de Educação da FCT/UNESP, a aluna Cleuza Maria Abranches Penna – do Programa de Pós-graduação, definiu o trabalho que apresentou à Comissão Examinadora, no último dia 30 de Junho. Foi o tema de sua dissertação de Mestrado, versando sobre Brincadeiras no recreio: uma reflexão sobre a construção das identidades sexuais e de gênero das crianças no recreio escolar das séries iniciais do Ensino Fundamental.

Diz ela que o trabalho se apoia nos estudos teóricos pós-estruturalistas, na compreensão de que as construções das polaridades sexuais (heterossexual / homossexual) e de gênero (masculino / feminino) precisam ser problematizadas e desconstruídas. É uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico em que foi utilizada literatura acadêmica para a problematização do tema, tendo como referência a investigação de Wenetz (2005), intitulada “Gênero e Sexualidade nas Brincadeiras do Recreio”.

O estudo traz a reflexão de como as diferenças são engendradas nas crianças de formas variadas, podendo ser verificadas nas brincadeiras que sinalizam modos de brincar apropriados para meninos e para meninas. O futebol e a brincadeira de boneca foram as atividades lúdicas que se destacaram como as práticas mais representativas dessa diferenciação, associadas à heterossexualidade. Revelando o quanto nossas práticas sociais estão marcadas pela idéia de que as diferenças anatomosexuais definem naturalmente características e formas de agir para cada sexo.

A sensualização expressa no corpo das meninas, observada em alguns estudos na dança ou no significado estético entre as crianças indicaram como elas constroem suas identidades de gênero a partir de valores sociais atribuídos à beleza da mulher ligados à erotização. As leituras indicaram não somente como as crianças dão sentido às suas práticas a partir dos valores sociais introjetados na infância, mas também como resistem à lógica de polarização implicada no processo de construção das identidades sexuais e de gênero.

O estudo traz ainda, a reflexão de como o preconceito se faz presente entre as crianças, nos deboches, ofensas ou gestos que ridicularizam as pessoas que não se enquadram nos padrões de comportamento da heterossexualidade. Apesar da discriminação, a homossexualidade se faz presente nas escolas, conquistando o direito à cidadania.

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Em seu trabalho de Mestrado, Cleuza Maria diz que “apesar da discriminação, a
homossexualidade se fez presente nas escolas, conquistando o direito à cidadania”.

Escrito por Assessoria de Comunicação e Imprensa - FCT UNESP

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