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“GEOGRAFIA NO SÉC.XXI: PENSAR E AGIR NA DIVERSIDADE” – O TEMA DE ABERTURA

Desde a noite de 2ª feira (29/Setembro), a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp – Câmpus de Presidente Prudente – está sediando três importantes eventos relacionados à Geografia: XV Semana da Geografia; X Encontro de Estudantes de Licenciatura em Geografia e I Seminário Nacional de Integração da Graduação e Pós-Graduação em Geografia.

A coordenação é do Prof.Dr.Ricardo Pires de Paula e várias atividades estão sendo desenvolvidas, tendo por principal finalidade envolver os Geógrafos e promover o debate sobre as possibilidades para o ensino, a teoria e a prática da Geografia, voltados á inclusão e respeito às diversidades. A conferência de abertura foi ministrada pela Profª.Drª.Maria Encarnação Beltrão Sposito, do Departamento de Geografia da FCT/UNESP.

O curso de Geografia instituído em Presidente Prudente por um Instituto Isolado (FAFI) que deu origem à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp está no seu 54º ano. Porém, a Semana de Geografia tornou-se um evento tradicional e de âmbito regional que está no seu 15º consecutivo, pois sua 1ª realização aconteceu em 1999.

Neste ano, a escolha por apresentar o I Seminário Nacional de Integração da Graduação e Pós-Graduação, ocorre no intuito de fortalecer o diálogo entre Estudantes e Professores da Graduação e Pós-Graduação, sem o qual não há a construção e consolidação dos cursos de Geografia no Brasil. Trata-se portanto, de um convite para debates que devem ser feitos no âmbito da FCT/UNESP, bem como por toda a Geografia brasileira.

Cerimonial

Para compor a Mesa Coordenadora dos eventos alusivos à Geografia, foi convidado o Prof.Dr.Everaldo Santos Melazzo, que representou o Diretor da FCT/UNESP, Prof.Dr.Marcelo Messias e presidiu os trabalhos, tendo a participação do Prof.Dr.José Tadeu Garcia Tommaselli, (Chefe do Deptº de Geografia); Prof.Dr.Ricardo Pires de Paula, Coordenador do Curso de Graduação em Geografia e Prof.Dr.Eduardo Paulon Girardi, representando o Conselho do Curso de Pós-Graduação em Geografia. Todos os presentes, de pé, foram convidados a entoar o Hino Nacional Brasileiro. Em seguida, foi dada a palavra ao Presidente da Mesa, Prof.Dr.Everaldo Santos Melazzo; Prof.Dr.Eduardo Paulon Girardi e Prof.Dr.Ricardo Pires de Paula.

Na sequência, a Profª.Drª. Maria Encarnação Beltrão Sposito foi convidada a assumir sua cadeira junto à Mesa, a fim de proferir a conferência previamente programada. É importante frisar que a conferencista possui Graduação em Geografia pela Unesp (1977), Câmpus de Presidente Prudente; Mestrado em Geografia pela Unesp (1984), Câmpus de Rio Claro e Doutorado em Geografia Humana pela USP (1991). Realizou estágio Pós-Doutoral em Geografia na Universidade de Paris I – Sorbonne (1995).

A conferencista convidada é detentora do título de “Livre Docência” em Geografia Urbana em 2005; e neste ano tornou-se Professora Titular da Unesp – Câmpus de Presidente Prudente. Atualmente, é Docente dos Cursos de Graduação, Mestrado e Doutorado em Geografia da Instituição. Coordena a Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias (RECIME). É Coordenadora Editorial da Revista Científica CIDADES. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: Produção do Espaço Urbano, Estruturação urbana e Cidades Médias.

Os desafios

A Profª.Drª.Maria Encarnação deu início à conferência destacando aspectos da articulação entre escalas geográficas, com os desafios para o pensamento e para a ação. Trata-se a meu ver – disse ela – de aprender, sobretudo, os movimentos que se realizam entre as diferentes escalas geográficas, o que possibilita considerar o recorte geográfico de dado objeto de pesquisa, apenas o ponto de partida e o foco da análise, mas não o caminho percorrido para realizá-la.

Na Geografia, campo científico que historicamente cuidou da dimensão espacial a vida natural e social, as continuidades foram e, ainda têm sido fundamento, entre os mais importantes. As continuidades estão na essência de: região, território, paisagem, para lembrar alguns conceitos; Áreas, domínios, zonas, setores para ilustrarmos com algumas noções; Extensão, ordem, hierarquia, configuração para lembrar os fundamentos do pensamento. A diferenciação, pilar da imaginação geográfica, pode, no entanto, a meu ver, ser compreendida a partir de pontos de vista mais amplos. As continuidades continuam a ser base importante para a elaboração do pensamento, para reconhecer permanências, regularidades e prevalências.

No que concerne ao tempo em suas relações com o espaço, para se dirigir a imaginação geográfica devemos ser sensíveis a dois planos principais, no processo de elaboração do pensamento e de origem da ação. O primeiro reflete preocupação de não ver o tempo histórico, portanto o da longa duração, como sucessão, mas também como coexistência de tempos em espaços diferentes.

A diversidade

Diante de uma platéia selecionada que ocupou a maior parte do espaço existente no Auditório/Discente V, a Professora Carminha (nome carinhoso pelo qual é tratada pelos mais íntimos), abordou o tema da Diversidade dizendo: “A diversidade só poderia ser compreendida se houvesse efetivo reconhecimento que não é possível comparar, no plano social e político, tempos, ritmos e velocidades que são distintos. Para comparar o que é diverso, na essência espaço temporal, exige do Geógrafo o esforço, no pensamento e na ação, distanciar-se da generalização que homogeneíza e simplifica”.

A conferencista acrescenta: “A Geografia é um campo científico que procurou sempre aprender as diferenças, comparar e reconhecer o que é particular a uma dada parcela do espaço, em sua distinção com o que se encontra ao seu redor, justaposta a ela ou que nela se insere. O processo de diferenciação é fundamental para a imaginação espacial ou geográfica. São os homens em sociedade que aprofundam a diferenciação espacial, tanto pelas transformações que realizam no quadro natural, quanto pelas formas como o dividem e se apropriam de suas múltiplas parcelas”.

Sobre desigualdades e diferenças, algumas definições: Em diferentes modos de produção, as diferenciações social e espacial geram e refletem uma dada hierarquização.”Com a única técnica em movimento dialético com a unicidade do tempo, todos os espaços se articulam, de fato ou potencialmente, e essa tendência coloca todos os lugares, todas as pessoas, todas as situações em comparação”. A base é a ideia de que seria possível a justiça ou a busca da igualdade ou, ainda, a participação de todos na sociedade de consumo. Nesses termos, as diferenças se transmutam em desigualdades, enquanto as desigualdades, assim observadas, revelam as diferenças de poder de consumo ou de capacidade de decisão ou de possibilidade de apreensão do espaço” (Sposito, 2011,p.129).

Superar a intolerância

O tema dominante da 1ª noite dedicada ao I Seminário Nacional de Integração da Graduação e Pós-Graduação em Geografia, chamou a atenção de todos os participantes, mantendo-se atentos à palavra da Profª.Drª.Maria Encarnação Beltrão Sposito, no Auditório da FCT/UNESP. Nos momentos finais, outro enfoque nas desigualdades: Para assegurar a diminuição das desigualdades com direito à diferença, o pensamento e a ação na Geografia e a partir dela, poderia considerar: A busca pela pluralização dos espaços, do ponto de vista funcional e do ponto de vista social, o que requer valorização do público sobre o privado.

A importância do pesquisador, do professor e do gestor na produção de um espaço que tenha, conteúdo e linguagem, ao mesmo tempo, ao mesmo possível de dialogar com o presente e representativa de sua própria história,como síntese de múltiplas escalas espaciais e temporais. A necessidade de se fazer um esforço de superar a intolerância, o pensamento único, o individualismo e a indiferença, males do período atual, tão presentes na Universidade, e que representam a impossibilidade de ações na direção da diversidade – concluiu.

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Na abertura do evento, o Prof.Dr.Everaldo Santos Melazzo, que presidiu a cerimônia, representando o Diretor da FCT/UNESP, Prof.Dr.Marcelo Messias. Tb prestigiando o evento, o Chefe do Deptº de Geografia, Prof.Dr.José Tadeu Garcia Tommaselli.

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O Auditório/Discente V esteve superlotado durante a abertura da XV Semana da Geografia, X Encontro de Estudantes de Licenciatura em Geografia e I Seminário Nacional de Integração da Graduação e Pós-Graduação em Geografia.

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Ao lado da Profª.Drª. Maria Encarnação Beltrão Sposito – conferencista convidada – o Prof.Dr.Ricardo Pires de Paula, Coordenador do Curso de Graduação em Geografia da FCT/UNESP – Câmpus de Presidente Prudente – SP.

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– Este é um evento de repercussão nacional que se realiza pelo 15º ano consecutivo. O curso de Geografia da FCT tem 54 anos de existência e a Profª.Drª.Maria Encarnação B.Sposito está integrada à Unesp desde 1977.

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O número de inscritos neste evento que está sendo desenvolvido desde 29 de Setembro, vai além de 200. Na cerimônia de abertura oficial todos compareceram, incluindo visitantes de outros países, integrados à Geografia.

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A Professora Carminha – como é carinhosamente conhecida no Câmpus da Unesp em Presidente Prudente – desenvolveu sua conferência de forma maravilhosa, numa ampla exposição sobre Diversidades. Quem participou, gostou.

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O tema desenvolvido pela conferencista figurou como Conferência de Abertura e versou sobre: ’’Geografia no Século XXI: Pensar e Agir na Diversidade”. O trabalho de pesquisa (rico em detalhes), mereceu elogiosas referências de todos os presentes.

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Na etapa final, a conferencista abriu espaço para perguntas ou esclarecimentos manifestados publicamente por participantes inscritos nesse evento dedicado exclusivamente à Geografia. Outras atividades continuam sendo cumpridas até o encerramento no dia 03 de Outubro.

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Ao término da brilhante conferência, uma surpresa: homenagem especial – com flores – especialmente dedicada à Conferencista: Profª.Drª. Maria Encarnação Beltrão Sposito, com abraços e congratulações de todos os participantes.

Escrito por Assessoria de Comunicação e Imprensa - FCT UNESP

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