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Em ato solene na manhã de 2ª feira (dia 05 de Maio), o Prof.Dr. Marcelo Messias presidiu a abertura das comemorações alusivas aos 55 anos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp – Câmpus de Presidente Prudente. Além do Diretor estiveram presentes no Auditório do Discente V, o Vice-Diretor, Prof.Dr.José Carlos Silva Camargo (Zeca), membros da Congregação, docentes, servidores, representantes dos Departamentos Técnico-Administrativos, alunos e convidados. Cumprindo a programação inicial, importantes pronunciamentos: do Diretor e Vice-Diretor da FCT/UNESP, dos Profs.Drs:Ruth Künzli e Neri Alves; do estudante João Paulo de Oliveira Pimenta e apresentação do Coral da FCT. Logo depois, corte do bolo comemorativo aos 55 anos da Instituição pioneira de ensino superior na região.

A Professora Emérita Ruth Künzli, foi convidada especialmente para dar testemunho de sua atuação desde os primórdios da criação da Faculdade de Filosofia que deu origem à FCT/UNESP, comemorando seus 55 anos no dia 03 de Maio. Eu, particularmente – disse – comemoro 56 anos, já que, na realidade participei ativamente das manifestações, passeatas e “cantatas” em prol da Faculdade, enquanto aluna do 3º científico, sob a batuta do Professor Luiz Gonzaga dos Santos e do aluno Moacyr Rabello de Arruda. Foi ele que compôs o “Hino da Faculdade” que era cantado durante as manifestações que culminaram com a “Noite da Faculdade”, acompanhada pela fanfarra do IE Fernando Costa, no ano de 1958.

“Em 1959 a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Presidente Prudente (Instituto Isolado do Ensino Superior do Estado de São Paulo) foi instalada. Tentarei traçar uma “estória” da Faculdade, mais do que uma história, apenas ocasionalmente mencionando datas ou nomes. Grande parte foi baseada em minha memória, associada a algumas consultas eventuais.

Freqüentei como aluna a primeira turma de Geografia, que juntamente com a Pedagogia, foram os dois cursos iniciais da Faculdade. O 1º Vestibular foi realizado na Escola Técnica de Comércio Joaquim Murtinho, onde foram também ministradas as primeiras aulas; tendo as aulas inaugurais respectivamente dos Cursos de Geografia e Pedagogia ministradas em 03 de Maio de 1959, que passou a ser a data magna da Escola.

Ministraram as aulas inaugurais respectivamente o Professor Doutor Joaquim Alfredo da Fonseca para a Geografia e Padre Doutor Waldemar Valle Martins, para a Pedagogia. Uma vez instalada a Faculdade, fizemos o périplo da cidade em busca da casa própria, que só veio em 1968. Antes, tivemos aulas na Escola de Primeiro Grau Francisca Almeida Góes Brandão, próximo ao Tiro de Guerra, depois na Escola de Primeiro e Segundo Graus Tannel Abbud, chegando ao prédio na Tenente Nicolau Maffei (que hoje abriga o Banco Santander), no Calçadão. Algumas aulas ainda vieram a ser ministradas no Colégio São Paulo” – acentuou.

Pré-requisito de titulação

A Professora Ruth informou ter sido contratada em 1967, quando não havia pré-requisito de titulação. O contrato era em tempo parcial e o contratado era assistente do Titular. Recordou que em 1971 esteve visitando a Faculdade, a Professora Esther de Figueiredo Ferraz, então Secretária da Educação, que disse com todas as letras que “o tempo integral era prêmio para quem tivesse o doutorado. Mas, em tempo parcial, como conseguí-lo? Eu, particularmente, dei aulas durante 5 anos também na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras D. Aguirre, em Sorocaba, para poder financiar meu Mestrado na USP, que demandava viagens semanais a São Paulo”.

A partir de 1968 – enfatizou a Profª Emérita – vivemos duas situações extremamente complicadas: o Regime de Exceção e depois a criação da UNESP. No primeiro caso, tínhamos sempre delegados em sala de aula, um secretário “dedo duro”, por outro lado ideias novas sendo postas em prática como o Curso Piloto, organizado por uma comissão paritária sob a supervisão da Professora Doutora Thereza Marini, com o objetivo de discutir a Reforma Universitária que se anunciava. Vivemos, é óbvio todas as tensões do período, como as de ver o diretor de então, Professor Doutor José Ferrari Leite, ser chamado à Delegacia para depor com uma certa freqüência, bem como ocasiões em que várias pessoas foram chamadas a depor em São Paulo.Por sorte não tivemos nenhum docente preso.

Manifestações e apoio de uma famosa Atriz

No seu testemunho, acrescenta a Profª Emérita, Ruth Künzli: E nesse bojo as constantes ameaças: professores correndo risco de serem demitidos, professores não podendo ser contratados pela sua ideologia. E todo esse clima ficou ainda mais acirrado com a criação da UNESP em 1976. O que deveria ser motivo de grande alegria, uma universidade nova, pensávamos, podendo inovar em todos os sentidos (e tínhamos como moldes a UNICAMP e a Universidade de Brasília), mas que logo vimos que se alinhou ao tradicionalismo da Universidade de São Paulo.

E os boatos também logo se fizeram presentes, pendendo a espada de Dâmocles sobre nossas cabeças respeito de quem seria dispensado e quem ficaria. Alguns docentes, já antes de qualquer medida da Reitoria se transferiram para outras unidades ou se demitiram. E nós nos preparávamos. Foi assim que fizemos uma demonstração no Ginásio de Esportes, tendo um dos iniciantes, o Professor Doutor Armén Mamigonian, trazido sua irmã, a atriz Aracy Balabanian (de telenovelas) para um depoimento.

Visita do1º Reitor da Unesp

O evento foi um sucesso, com políticos da região participando. Outro episódio foi quando o primeiro Reitor da Universidade, Professor Doutor Luiz Ferreira Martins, veio a Prudente, participando de uma mesa redonda tendo o Prefeito Municipal, Walter Lemes Soares, como anfitrião. Vários docentes da casa se fizeram ouvir, defendendo a manutenção de cursos e da Unidade. Parcialmente em vão, já que quatro cursos foram fechados: Ciências Sociais, Pedagogia, Licenciatura em Ciências e Estudos Sociais.

Permaneceram os cursos de Geografia e Matemática. Com isso, muitos docentes foram remanejados para outros campi, outros remanejados de Departamento já que, como Instituto de Planejamento e Estudos Ambientais (IPEA) foram criados mais dois Departamentos: o de Planejamento e o de Estudos Ambientais. No de Planejamento ficaram alojados os docentes das áreas de humanas e pedagogia responsáveis pelas licenciaturas. A sensação era de desolação: o antes fervilhante campus ficou quase vazio, com apenas 240 alunos (hoje são 2.937) e tantos colegas que se haviam mudado. Hoje, esse número cresceu.

Acervo arqueológico e novos cursos

Em 1983 passou a ser integrado também por um acervo arqueológico, que redundou na criação do CEMAARQ, localizado na parte baixa da Caixa d’Água do Campus e hoje recebe um público de mais de 14.000 estudantes por ano, da cidade e de outras regiões. A criação do Curso de Engenharia Cartográfica, implantado pela tenacidade dos Professores doutores Alvanir de Figueiredo e Marcos Alegre, depois seguido pelo de Estatística, bem como a encampação do Instituto Municipal de Ensino Superior de Presidente Prudente – IMESPP, em 1988, com a consequente vinda de mais dois cursos: Educação Física e Fisioterapia, deram-nos novo alento com a perspectiva da retomada do crescimento da Unidade.

Novos cursos se seguiram, como Ciências da Computação, Química, Física, além dos “caçulas”: Engenharia Ambiental e Arquitetura e Urbanismo, perfazendo hoje doze cursos. Hoje, vemos novamente uma Faculdade fervilhante, com todos os seus êxitos e problemas. Como uma Instituição Pública e gratuita, que prevê um ensino de qualidade, para o que aliás todos têm se esforçado, surgem também necessidades como moradia e Restaurante Universitário.

E concluindo a narração diz a Profª.Emérita, Ruth Künzli: “O intercâmbio nacional e internacional se tornou uma realidade admirável e o nome da FCT se faz conhecido hoje no mundo todo, nos vários campos do saber. O aluno e artista plástico Cirton Genaro nos deixou o legado de seu painel “Admirável Mundo Novo” no Discente 1, bem como vários alunos deixaram totens trabalhados em madeira dispersos pelo Campus.

Creio que devemos tudo isso à garra dos que nos antecederam; que lutaram contra as vicissitudes e ameaças, desde a extinção de cursos até a recuperação da saúde vital de uma Instituição que tinha tudo para dar certo. Vem dando certo; e certamente ainda crescerá muito no futuro, com a colaboração dos seus três segmentos: Discente, Docente e Administrativo”.

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O Diretor da FCT/UNESP, Prof.Dr.Marcelo Messias procedeu à abertura das comemorações dos 55 anos e anunciou o testemunho da ex-aluna e atual Profª Emérita, Ruth Künzli.

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A seguir, breve pronunciamento do Vice-Diretor, Prof.Dr.José Carlos Silva Camargo e a narrativa de uma fase histórica que precedeu à implantação dos primeiros cursos superiores na década de 50.

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Servidores que prestam serviços à Unesp – desde longa data – também marcaram presença neste importante encontro comemorativo da implantação da Faculdade pioneira na região.

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De acordo com a programação oficial, foi dada a palavra ao Prof.Dr. Neri Alves, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp – Campus de Presidente Prudente.

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O último Diretor, Prof.Dr.Antonio Nivaldo Hespanhol e o atual, Prof.Dr.Marcelo Messias (eleito p/o quatriênio 2014-2018), ouviram com a maior atenção o aluno João Paulo de Oliveira Pimenta.

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Para alegrar o ambiente e animar a festa comemorativa dos 55 anos da FCT/UNESP, a apresentação do Coral, regido por Alexandre Amaral Torres Santos, com magnífica interpretação.

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E a festa ganhou maior empolgação, com dois bolos especialmente preparados para a comemoração dos 55 anos da FCT/UNESP. Foram momentos inesquecíveis para todos os presentes.

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O bolo começou a ser repartido em fatias a todos os presentes, recebendo elogiosas referências. E para ficar o ambiente mais animado, uma aluna aniversariante, referência para muitos participantes.

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A festa de congraçamento foi marcante sob todos os aspectos; e servirá de referencial inclusive para um aluno de pós-graduação, que veio do exterior e foi também homenageado nessa comemoração.

Escrito por Assessoria de Comunicação e Imprensa - FCT UNESP

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