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Em 2010, o estudante José Maria do Rosário Langa transferiu seu domicilio de Moçambique para Presidente Prudente, onde veio morar e dar continuidade à sua carreira universitária. Hoje ele tem 27 anos de idade e tornou-se Mestre Langa, após concluir seu curso de pós-graduação – Programa de Geografia – pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp e defender dissertação de Mestrado na manhã de 2ª.feira, dia 20 de Agosto de 2012. O Orientador foi o Prof.Dr. José Gilberto de Souza, do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro/SP.

O tema desenvolvido pelo candidato ao Mestrado foi: “Análise de impactos da produção de alternativas agroenergéticas em Moçambique: o caso da Província de Manica”, tendo ainda participado da Comissão Examinadora (além do Orientador), o Prof.Dr.Bernardo Mançano Fernandes, do Departamento de Geografia da FCT/UNESP e o Prof. Dr. Júlio César Suzuki, da Faculdade de Filosofia,Le trás e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo/USP. A defesa ocorreu a partir das 09h00 no Anfiteatro VI.

Em suas pesquisas, Langa esclarece que em Moçambique a produção de agrocombustíveis é feita com as seguintes matrizes produtivas: Pinhão manso ou Jatropha curcas L, Cana-de-açúcar e Mandioca, criando assim novas e diversificadas dinâmicas territoriais onde essas cuilturas são desenvolvidas. Fazer um estudo sobre a produção de agrocombustíveis em Moçambique é também perceber o “território como apropriação”, constituído de relações sociais fundadas sobre as diferenças de poder. No agronegócio como em outras atividades ligadas ao capitalismo o poder é quem dita as formas de apropriação e seus sentidos, sendo possível perceber sua multiplicidade de relações nos embates socioespaciais.

Em Manica o setor de agrocombustível é responsável pela redução na oferta de emprego e ocupação na agricultura, mas formas de uso e aproveitamento da terra, avanço/crescimento da agricultura comercial com forte relação com o surgimento de latifúndios exclusão dos camponeses nos processos de produção, consolidando em Moçambique a propriedade privada da terra.

Antes de seu regresso à sua cidade de origem – Xai-Xai – na Província de Gaza (com uma população de 116.343 habitantes) e a 210 km de Maputo , que é a Capital do país, Mestre Langa reconhece a importância da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp em Presidente Prudente, como uma Universidade exemplar do território paulista e brasileiro. Recorda seu ingresso na carreira universitária, ao ser aprovado pela Universidade “Eduardo Mondlane” em Maputo e diz que jamais esperava ter a chance de estudar numa Universidade brasileira, como a Unesp. Foi em Presidente Prudente que ele teve a oportunidade de fazer um curso de alta qualificação – e gratuito – que é a Geografia voltada à comunidade acadêmica.

No seu retorno à Moçambique, o Geógrafo José Maria – Mestre Langa – veste uma camiseta verde e amarela com o nome do Brasil estampado no peito. Para realizar o curso de pós-graduação/Programa de Geografia, ele recebeu bolsa do Governo brasileiro através do CNPq em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia de seu país por meio de um Intercâmbio Científico. E já tem um plano estabelecido: voltar em 2014 para dar continuidade com a realização do Doutorado. Enquanto isso, pretende aplicar em Moçambique o que aprendeu no Brasil, especialmente em Presidente Prudente: fazer geografia crítica o que seria o 1º passo para a abertura de um novo espaço na área cultural e acadêmica do continente africano. Foi uma boa experiência – diz ele – pelo fato de receber aulas com professores que estão produzindo a Geografia no Brasil.

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A Comissão Examinadora constituída por três personalidades de renome nacional e internacional, ouve o que tem a dizer o candidato ao Mestrado de Geografia, José Maria do Rosário Langa em sua defesa pública.

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A sala onde se realizou a defesa pública de dissertação de Mestrado, no Anfiteatro VI da FCT/UNESP permaneceu lotada durante todo o período. Seus amigos e colegas de curso vieram especialmente para prestigiá-lo.

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Com plena aprovação dos três integrantes da Comissão Examinadora, o Geógrafo José Maria do Rosário Chilaúle Langa, sente-se realizado. Veste a camiseta do Brasil e está de partida para Moçambique; mas promete retornar em 2014.

Escrito por Assessoria de Comunicação e Imprensa - FCT UNESP

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